terça-feira, 7 de junho de 2022

Determinismo

 Determinismo

Por determinismo compreende-se um sistema no qual tudo vem a ser por causas anteriores, tornando os efeitos que se seguem destas causas necessários e inevitáveis. 

Determinismo radical

Se o determinismo é verdadeiro - e existem evidências científicas que tornam esta tese bastante plausível - se tudo no universo são efeitos causados por estados anteriores e leis da natureza, então os nossos atos são consequências de leis e acontecimentos situados no passado remoto. Facilmente concordamos que nem o que aconteceu antes de termos nascido nem as leis da natureza dependem de nós. Assim sendo, conclui o determinismo radical, as consequências desses eventos e leis, incluindo as nossas ações escapam ao nosso controlo. Há um único resultado possível.

Determinismo moderado

O determinismo moderado é uma teoria compatibilista que afirma que o Homem é livre, mas também determinado, ou seja, há livre-arbítrio e determinismo. Também chamamos esta teoria de compatibilismo, uma vez que concilia tanto princípios do determinismo radical como do libertismo, duas teorias incompatibilistas. Assim, segundo Dean Hamer, “A compreensão dos genes não significa que tenhamos de nos resignar a qualquer destino pré-programado”.

Apesar de tudo, há quem não concorde com os ideais do compatibilismo, levantando objeções contra a teoria. Uma dessas críticas assenta na ideia de que o determinismo moderado não distingue claramente as ações livres das ações não livres.

A ética utilitarista de Stuart Mill

                                                              


Mill defendeu uma perspetiva utilitarista. A perspetiva utilitarista parte do princípio de que uma ação é moralmente correta e as consequências que dela decorrem promoverem a felicidade geral, entendendo-se por esta a ausência de dor. O utilitarismo é assim, uma ética consequencialista. Uma ação é correta ou incorreta dependendo exclusivamente dos seus resultados e/ou  das suas consequências. 


 

Tese

O que determina a moralidade de uma ação são as consequências da ação. A ação correta é aquela que, tendo em conta asa alternativas, resulta numa maior felicidade geral.

 "Aquele que salva um semelhante de se afogar faz o que está moralmente certo, seja o motivo o seu dever seja a esperança de ser pago pelo incómodo."



Críticas à ética utilitarista

1- Argumento da máquina de experiências.

2- Argumento do bode expiatório.

3- A ética utilitarista é demasiado exigente.

4- A impossibilidade de estarmos constantemente a calcular as consequências das nossas ações.

Problema do livre arbitrio

- O problema do livre-arbítrio consiste em saber se algumas das nossas ações são livres ou se todas as ações são casualmente determinadas.

- O livre-arbítrio é a capacidade da vontade humana de controlar a escolha entre duas ou mais opções de ação. Um agente possui livre-arbítrio se, e só possui reais alternativas de escolha e esta escolha só depende de si.

Tese:

- Se o determinismo é verdadeiro, então não temos livre-arbítrio.



Libertismo 

- O libertíssimo é a teoria que defende a existência do livre-arbítrio e a falsidade do determinismo.

- Os libertistas consideram que, ao contrário de todos os outros acontecimentos, as ações humanas não são determinadas.

 Teses

- Temos livre-arbítrio.

- O determinismo é falso.

Argumento da experiência:

- Experienciamos o livre-arbítrio em cada ação que realizamos.

Objeção:

- Experienciar algo não prova a sua existência.


segunda-feira, 6 de junho de 2022

O problema dos juízos morais

 O problema dos juízos morais

A principal questão que se coloca sobre estes juízos é se os mesmos são objetivos definidos ou apenas opiniões que dependem do ponto de vista de cada indivíduo/cultura.

Desta dúvida, surgiram 3 teorias: subjetivismo, relativismo e objetivismo

Subjetivismo:

O subjetivismo defende a não existência de uma verdade objetiva, uma vez que a discórdia quanto aos valores nada mais é do que uma diferença de gostos,

TESE: Os juízos morais exprimem preferências pessoais, logo não há juízos objetivamente verdadeiros ou falsos.

Argumentos:

  • Argumento de desacordo (se houvesse verdades morais objetivas não existiria um desacordo tão forte sobre os valores morais, mas este desacordo existe);
  • Argumento do respeito pela liberdade moral (o subjetivismo promove o respeito entre pessoas com convicções morais diferentes).
Exemplo: Se uma pessoa roubasse um banco porque precisava de dinheiro para ajudar um familiar ou um amigo e de seguida fosse preso, haveria pessoas que estariam a favor dele e outras que estariam contra.


Relativismo:

O relativismo preconiza que o que é moralmente certo ou errado depende da perspetiva de cada sociedade ou cultura, estando associado à sua maneira de pensar e aos seus costumes.

TESE: Não há um padrão objetivo e universal do que é certo ou errado.

Argumentos: 
  • Argumento da diversidade cultural (não há verdade moral objetiva: certo e errado dependem das perspetivas culturais);
  • Argumento da tolerância (impede o etnocentrismo).
Exemplo: Para algumas culturas a mutilação genital feminina é algo moralmente certo enquanto que para outras é errado.


Objetivismo:

O objetivismo defende que o valor da verdade dos juízos morais é independente de qualquer perspetiva e que há algumas regras morais que todas as sociedades têm em comum.

TESE: Existem verdades morais, objetivas e universais;
Quando uma sociedade ou indivíduo concorda ou discorda de determinadas práticas, pode estar enganada.

Argumentos: 

  • Argumento da coincidência de valores (as verdades morais são objetivas e há um acordo generalizado relativamente ao respeito pelos direitos humanos);
  • Argumento da tolerância (a tolerância deve ser limitada pelos direitos humanos fundamentais e pela dignidade humana). 

Exemplo: X é bom ou X é moralmente correto independentemente de que a sociedade ou um indivíduo considera bom ou correto. 


Retirado do manual: "Ágora" - Filosofia 10º Ano: Porto Editora

quinta-feira, 17 de março de 2022

Introdução à filosofia

O que é a filosofia?
 
"Tens de te envolver com as ideias filosóficas como um filósofo e não simplesmente como um repórter escrevendo sobre assuntos à distância. Estudar filosofia envolve aprender a filosofar (..) Ao discutires filosofia estarás envolvido no debate filosófico e não simplesmente acerca de debates de filosofia (...) Num sentido literal, estudar filosofia é o processo de nos tornarmos filósofos."
                   Nigel Warburton, The Essential Study Guide,Routledge, 2004, p. 3-5, (trad.dos autores)

"(...) A palavra «filosofia» significa o estudo da sabedoria. Viver sem filosofar é exatamente como te os olhos fechados sem nunca procurar abri-los (...)."
R.Descartes, Princípios da Filosofia, Lisboa Editora, 1997,pp.49-50.  




Determinismo

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